Making worlds, manufacturing possibles: practices of the fingere artist Faire des mondes, fabriquer des possibles: Des pratiques de l’artiste du fingere Fazer mundos, fabricar possíveis: práticas do artista do fingere En Fr Pt

Résumé En Fr Pt

The paper aims to discuss the motivations connecting me to theoretical and practical research in visual arts that have collective implications. After a brief introduction to my career as an artist-researcher, a contextualization of the theoretical disciplines with which I am involved is presented in order to begin a reflection about the photographic image, in the context of contemporary art, and its production of instants, aligned with an ionic time coherent with its logic of manipulation. The theory of visual possible worlds guides this reflection, in which the notions of “fingere” and “image-fiction” stand out. A case study is presented, based on the work of the artist Éric Baudelaire, who articulates image’s ambiguities in order to reflect on the powers of the false in the re-construction of other versions of the so-called reality. It is concluded that the contemporary (post-)photographic image transits between three degrees: the original event, the historical event and the image event. The latter uses the power of modifying worlds, which the image-fiction carries with it, to stimulate the movement in the direction and the creation of new collective paths.

Ce texte a pour but de discuter les motivations qui me lient à la recherche théorique et pratique en arts visuels qui ont des implications collectives. Après une brève introduction à mon parcours d’artiste-chercheuse, une présentation des disciplines théoriques auxquelles je m’engage est menée afin d’entamer une réflexion sur l’image photographique, dans le contexte de l’art contemporain, et sa production d’instants, alignée à un temps aiônique cohérent avec sa logique de manipulation. La théorie des mondes possibles visuels guide cette réflexion, dans laquelle les notions de « fingere » et d’« image-fiction » ressortent. Une étude de cas est présentée, à partir du travail de l’artiste Éric Baudelaire, qui articule les ambiguïtés de l’image afin de réfléchir aux puissances du faux dans la reconstruction d’autres versions de ladite réalité. On en conclut que l’image (post-)photographique contemporaine transite entre trois degrés : l’événement original, celui historique et celui d’image. Ce dernier utilise la puissance modificatrice de mondes, que l’image porte en elle, pour stimuler le mouvement vers la création de nouvelles voies collectives.

Este texto tem como objetivo discorrer sobre as motivações que me ligam à pesquisa teórica e prática em artes visuais que tenham implicações coletivas. Após uma breve introdução ao meu percurso de artista-pesquisadora, uma contextualização das disciplinas teóricas com as quais me envolvo é apresentada a fim de iniciar uma reflexão acerca da imagem fotográfica, no contexto da arte contemporânea, e sua produção de instantes, alinhada a um tempo aiônico coerente com sua lógica de manipulação. A teoria dos mundos possíveis visuais norteia essa reflexão, na qual as noções de “fingere” e de “imagem-ficção” se destacam. Um estudo de caso é apresentado, a partir do trabalho do artista Éric Baudelaire, que articula ambiguidades da imagem para pensar as potências do falso na re-construção de outras versões da dita realidade. Conclui-se que a imagem (pós-)fotográfica contemporânea transita entre três graus: o evento original, o histórico e o de imagem. Este último se vale da potência modificadora de mundos, que a imagem-ficção porta consigo, para estimular o movimento na direção e na criação de novos caminhos coletivos.