Refúgio e colonização do futuro: fronteiras erguidas nas palavras

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9 février 2021

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Fernando Resende et al., « Refúgio e colonização do futuro: fronteiras erguidas nas palavras », Comunicação e sociedade, ID : 10670/1.y9l0ed


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Résumé Pt En

Este trabalho propõe pensar a migração forçada para a Europa sob a perspectiva de uma narrativa jornalística ancorada em repetições e reiterações de determinadas palavras que, ao produzir sentidos, resultam em uma visão de mundo que estabelece a presença dos migrantes e dos refugiados como razão de uma desordem ao que está posto. Assim, buscamos entender que esse processo contribui para o que denominamos de colonização do futuro, a partir das ideias de Giddens (2002) e Gomes (2004). Neste processo, projeta-se uma ordem, através das palavras, baseada em um pensamento construído ao longo dos períodos de colonização europeia. Seus resquícios se acumulam e formam camadas que se desvelam nas narrativas jornalísticas e nas fronteiras. Ambas nos servem como metáfora e materialização dos conflitos e das relações de poder que impõe ao migrante e ao refugiado a condição do diferente, do “outro”. Queremos propor que há uma narrativa na/de fronteira no jornalismo que contribui para a produção de sentido no processo migratório que enseja pensar apenas por um dos lados da fronteira. Nesse cenário fronteiriço, pensá-lo sob o aspecto de uma colonização do futuro pelas palavras nos impõe o desafio de entender que o jornalismo também é construtor de um tempo inventado narrativamente. Para este trabalho, foram analisados textos do jornal brasileiro Folha de São Paulo publicados entre setembro e dezembro de 2015, momento em que houve um maior aprofundamento dos debates acerca do refúgio na Europa. O recorte para a análise seguiu a partir das palavras refugiados, fronteiras e controle.

This paper aims to think the forced migration to Europe under the perspective of a journalistic narrative which is based in repetitions and reiterations of words. When they produce meaning it results in a strait view where the migrant and refugee are the reason of disorder. Thus, we try to grasp how this process contributes to what we called colonization of the future, according to Giddens (2002) and Gomes (2004) concepts. In this process, an ordering is projected through the words based on a thought built during the European colonization. Its reminiscence is accumulated and form layers that appear in the journalistic narratives and on the borders. Narratives and borders are the metaphor and materialization of the conflict that impose to the migrant and to the refugee the condition of the difference, the condition to be the “other”. We propose that there is a journalistic narrative on the border that contributes to the production of meaning which its result is to discuss just for one perspective or just for one side of the borders. In this border scenery, thinking about a colonization of the future by the words lead us to understand that the journalism is also a constructor of invented time. To this paper, it was analysed some news from Brazilian newspaper Folha de São Paulo that were published between September and December 2015. There was in that moment a deeper debate concerning the refugees in Europe. We analysed the news from some keywords as refugees, borders and control.

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